segunda-feira , 6 maio 2024
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Novo caso de agressão ocorre dentro da Prefeitura de Caiçara

O prefeito de Caiçara, Zílio Roggia (PMDB), e um agricultor do município se envolveram em um desentendimento dentro da prefeitura na tarde de segunda-feira, 4 janeiro. É o segundo caso de agressão dentro da sede do Poder Executivo enquanto Zílio é prefeito. Em março de 2014, Roggia e o vereador Vilmar Soares (PDT) se agrediram fisicamente durante uma reunião.
No desta semana, o prefeito e o agricultor registraram ocorrência por agressão na Delegacia de Polícia (DP) de Frederico Westphalen, após serem informados que a impressora na DP de Caiçara estava com problemas.
Em busca de blocos de produtor, o criador de suínos Élio Perlin, 54 anos, morador da linha Paloschi, foi até a sede do Poder Executivo depois do horário de expediente no local, que está atendendo em turno único, das 7h às 13h.

Versão do agricultor

Ele estava na companhia de um funcionário de um frigorífico de Frederico Westphalen, que teria lhe pedido naquele dia que antecipasse a entrega dos animais, programada para a semana seguinte. Pego desprevinido, sem blocos em casa, Perlin relatou que decidiu ir atrás de um conhecido que trabalha no setor que talvez pudesse lhe ajudar. Ao passarem pela prefeitura, mesmo sabendo que o horário de atendimento já havia encerrado, decidiram verificar se conseguiriam auxílio ali. Imagens captadas por câmeras internas mostram quando Perlin abre a porta e os dois entram. “Entramos e vi, à direita, que o tesoureiro estava trabalhando”, disse Perlin.
Como o prefeito estava em seu gabinete, o tesoureiro Adilson Fabris lhe indicou que falasse com Roggia. Depois que o agricultor contou a situação, Roggia teria se mostrado agressivo diante do pedido feito fora do horário do expediente, e saiu batendo portas. “Eu disse que se estava causando algum transtorno, não precisava me dar o bloco. Ele ainda falou sobre agricultores que queriam ser modelo de produtor rural, e não sabiam nem se organizar dentro da propriedade com um bloco. Eu disse que não precisava se alterar, então ele falou que não forneceria bloco para ninguém e me desferiu um soco no queixo”, expôs Élio, que falou que levantou a mão para se defender. “Aí ele falou que chamaria a Polícia e retornou para dentro do gabinete. Um prefeito tomar uma atitude assim com um agricultor que está trabalhando pelo município é um descaso”, classificou Perlin, que disse que não esperava ser maltratado na prefeitura por uma autoridade. “Era só nos dizer que não poderia nos atender”, acrescentou.

Versão do prefeito

Roggia disse que ficou na prefeitura naquela tarde porque queria organizar papéis do fim do ano ao retomar as atividades na segunda-feira. “As imagens das câmeras mostram que ele viu o horário na porta e foi falar com o tesoureiro. Quando ele veio conversar comigo, falei que o turno é até 1h da tarde, mas que iria lhe entregar o bloco igual”, relatou Zílio.
Quando estavam indo até o local onde ficavam os blocos, o agricultor teria reclamado sobre a falta de funcionários na prefeitura. “Ele disse que a prefeitura era uma desorganização, uma bagunça, e mencionei que estávamos em turno único. Então eu disse que por falta de educação dele, eu não entregaria o bloco. Quando estava no corredor, ele chegou me batendo. Não aparece nas câmeras que ele me agrediu, mas ele me deu um soco na cabeça”, disse Roggia.
O prefeito negou que tenha sido agressivo ou batido portas. No vídeo, aparece somente o momento em que o funcionário do frigorífico vai até o guichê da entrada à espera do agricultor. Em seguida, Perlin aparece. Volta em direção à porta do gabinete do prefeito. Então o funcionário do frigorífico faz movimentos que indicam que ele tentou apartar os dois e Élio é empurrado. “Ele veio me bater e eu empurrei ele”, defendeu Roggia, que disse que pretende processar Perlin por ter invadido a prefeitura e lhe agredido.

Testemunhas

O funcionário do frigorífico não quis se manifestar. Procurado pela reportagem, o tesoureiro Adilson Fabris afirmou que considera o fato lamentável, mas só se pronunciará se for intimado oficialmente em eventual processo administrativo ou judicial.
Cristiane Luza/FN

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