sexta-feira , 19 abril 2024
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Lavoura rentável também no inverno

Uma alternativa rentável para substituir tradicionais culturas de inverno parece ter conquistado uma família de produtores rurais do interior de Taquaruçu do Sul. Há cerca de cinco anos, Volnei e Vanilde Albarello trocaram o plantio do trigo ou aveia pela couve-flor e, apesar da falta de conhecimento sobre a atividade no início, não se arrependem. “Foi um vendedor de uma empresa de Lagoa Vermelha que nos ofereceu a proposta de plantar para a Nutriz Comércio de Alimentos. Não íamos fazer nada na lavoura naquele período, foi uma surpresa positiva”, relembra o agricultor.

A área destinada para a couve-flor é de quatro hectares, com plantio entre maio e junho e colheita no mês de setembro. “Apesar de não exigir muita umidade, assim como o brócolis, neste ano, em virtude das altas temperaturas e pouca chuva, foi necessária a irrigação umas três a quatro vezes durante o ciclo”, explica Albarello. Como a família já possuía um pivô, garantir a safra foi mais tranquilo. Como a lavoura apresenta um alto custo, não é aconselhável arriscar perder a produção por falta de água”, acrescenta.

De acordo com o agricultor, o custo por hectare gira em torno de R$ 12 mil, mas a lucratividade compensa. “Esse ano tivemos uma safra recorde, colhemos cerca de 80 toneladas e comercializamos a R$ 1,30 o quilo. Como há a parceria com a empresa, a venda é garantida. Não pretendemos parar com o plantio enquanto mantivermos esse contrato, até porque não prejudica o plantio de milho no verão”, comemora.

Apesar da adaptação ao clima e ao solo, plantar couve-flor exige cuidados. “É necessário fazer a pulverização uma vez por semana, e manter uma boa adubação. Além disso, na hora da colheita, faça chuva ou faça sol, é necessário colher, e isso é manual, dá muito trabalho. Porém, se não for feito e a planta ficar mais de dois dias na lavoura após o ponto de colher, a planta está perdida”, alerta o produtor.

Custeio é garantido
Conforme explica o extensionista rural do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Taquaruçu do Sul, Mateus Ariel Cargnin, a couve-flor é uma cultura que se adaptou muito bem para o período de inverno no município. “Em grande escala, a família Albarello é a única que se dedica ao plantio, mas outros agricultores do município atendem ao comércio local. Acredito que essa pode ser uma boa alternativa também para outros produtores”, avalia.

A possibilidade do agricultor fazer o custeio da lavoura, via instituições financeiras, é outro ponto positivo, já que, apesar de ter um elevado custo de produção, a rentabilidade com a atividade também é boa. “Como é uma cultura zoneada para a região, isto é, há estudos técnicos que avaliam o risco climático que ela tem, a lavoura pode ser financiada, o que dá uma garantia ao agricultor no caso de intempéries, com possibilidade de recorrer ao seguro agrícola”, destaca o técnico.

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